Cordão do Boitatá
2012 - 2022
_ design gráfico, coordenação de comunicação, musicista, regente.
 

As imagens e sensações da brincadeira do Carnaval de Rua são das primeiras memórias que compõem meu imaginário de infância. Era levada por minha avó para ver os cordões e blocos no Grajaú, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro em que nasci e fui criada.

A emoção das frequências graves dos surdos conduzidos pelo toque de caixas cruzando como flechas o cortejo na direção do futuro, harmonias construídas pelas orquestras de rua, bordadas pelas melodias das marchas, ranchos e sambas. 

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A vibração das cores em profusão, as alegorias espetaculosas em movimento, tecidos e fitas no ar - formas em transformção enquanto os corpos dos brincantes se encantam pelas ruas da cidade.

A experiência do Carnaval, pulsante e impregnada em todos os sentidos do corpo, é uma das minhas bases constitutivas:  na festa de rua me formei musicista, regente, professora; na manufatura das fantasias, estandartes e alegorias, me exergo ser criativo-projetivo, revisito meios e procedimentos para construir objetos e sistemas que lançam sentidos no mundo; nas relações entre sujeitos produtores da folia e foliões, me deparo com os desafios do trabalho colaborativo, aprendo e reaprendo a escutar e conduzir divergências.

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O Boitatá (1997) é o solo fértil, interdisciplinar, que articula música, dança, artes visuais, pesquisa e políticas culturais, em que venho desde 2012 performando meu bailado de designer-musicista: como integrante do Grupo Cultural Cordão do Boitatá, atuo na conceituação e condução de projetos e ações dentro e fora do ciclo de festejos do Carnaval, projeto e executo estratégias de comunicação e reflito sobre os lugares da prática projetual na interseção design - cidade - cultura - políticas públicas - democracia.